Para tanto foram escolhidas duas coleções de livros indicados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Segundo a autora ambas possuem como perspectiva um ideal de "língua como interação, evidenciando a necessidade de se trabalhar a dimensão textual e discursiva da língua, contemplando as relações fala-escrita como processo de interação entre sujeitos".
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Para a análise das coleções é adotada uma concepção de linguagem que se baseia em três perspectivas, sendo elas:"a estruturalista - que compreende a linguagem como expressão do pensamento;
a transformacionalista - que compreende a linguagem como instrumento de comunicação;
enunciativa - que concebe a linguagem como processo de interação."
A avaliação das coleções demonstrou que os materiais trabalham as relações fala-escrita sob perspectivas bem diferentes. Enquanto em uma das coleções - C1 - busca-se interpretar a fala-escrita de maneira interligada, mediada pela intenção do interlocutor, a coleção caracterizada no texto como C2 possui como embasamento uma polarização das relações fala-escrita. Tal situação fica evidente nas atividades presentes no livro, uma vez que tendem a classificar a escrita com uma certa superiodade em relação à fala (simples x complexa).
Percebe-se através desta análise que o livro didático, que é frequentemente utilizado como principal material de apoio ao professor, pode contribuir para a desvalorização da fala em detrimento de uma supervalorização das normas da linguagem escrita.
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